Expondo o lado erótico e selvagem da mente

Foto: Efes/Pixabay
 

Aqui estou eu, diante de uma tela em branco, com a tarefa nada fácil de dar o primeiro passo para algo que, por mais que sempre tenha habitado minha mente, nunca foi dito em voz alta. Ou, melhor dizendo, nunca foi escrito. Na vida cotidiana, nós nos vestimos de certezas e convenções, mas, agora, estou aqui com a intenção de me despir delas, ao menos por algumas palavras. Quem sabe, por alguns parágrafos. Talvez até por algumas ideias. Hoje, neste espaço, vou finalmente colocar para fora o que há muito tempo me ronda: o lado selvagem da mente, o lado mais visceral e primitivo do desejo. O lado que, às vezes, se esconde, mas que, se olharmos de perto, está sempre lá.

Sempre pensei que uma das maiores travas do ser humano não fosse o medo do fracasso ou da exposição, mas o medo de admitir o que realmente habita em sua cabeça. Aquelas ideias que, se ditas em voz alta, poderiam nos transformar em "outros", naqueles que não se encaixam na prateleira da normalidade. E é essa normalidade, com suas camadas de artificialidade e repressão, que me incomoda. As pessoas falam de política, de trabalho, de suas frustrações e sonhos, mas poucos se permitem falar sobre o que as faz sentir, sem medo de julgamentos, de rótulos. Poucos se permitem ser, de fato, humanos.

Hoje, então, vou ser humano. E humano, para mim, é ser completo. E, para ser completo, é preciso, em algum momento, olhar para o que não se mostra à primeira vista. Deixar de lado o que se diz "adequado" e se entregar ao prazer, à sensualidade, à liberdade de uma mente que explora territórios não mapeados.

Por isso, esse blog nasce com um objetivo claro: falar do que está escondido no fundo de cada um, sem medo de ser vulgar, sem medo de ser "fora do lugar". Aqui, vamos falar de sexo, mas não apenas de sexo. Vamos falar de desejo em sua forma mais crua, em sua essência, mais do que apenas uma atração física. Vamos explorar o que vai além do corpo, do toque, do ato em si. Porque o desejo está na mente, está na fantasia que nos invade quando menos esperamos, nos sussurros silenciosos das nossas vontades mais íntimas.

Talvez você esteja se perguntando o que me faz querer compartilhar isso. O que me faz colocar na rede algo tão pessoal, algo que nunca foi dito em voz alta? Bem, a resposta é simples: desejo. O desejo de quebrar barreiras. O desejo de dar voz a coisas que a sociedade tenta empurrar para debaixo do tapete. O desejo de mostrar que, por mais que a civilização tenha evoluído, a nossa natureza permanece a mesma — selvagem, inquieta, inquietante. Não é uma questão de ser explícito ou provocador. É uma questão de ser verdadeiro. E, no fundo, a verdade, por mais que tente se esconder, sempre se revela no olhar, na mente, no corpo.

Aqui, neste espaço, você encontrará crônicas que vão falar de sexo com a mesma intensidade com que falam de afeto, de carência, de poder, de vulnerabilidade. Você vai ler contos sensuais, mas também vai entender as camadas psicológicas que os envolvem. Porque o sexo, como eu o vejo, não é apenas um momento de prazer físico. Ele é um reflexo das nossas ansiedades, de nossas inseguranças, de nossos sonhos e, principalmente, de nossas fantasias mais secretas. E essas fantasias, por mais que muitas vezes as ocultemos, são tão reais quanto qualquer outra parte de nós.

Ao longo dessas crônicas, você vai perceber que estou mais interessado em explorar as nuances do desejo do que em criar personagens perfeitos. Não há idealização aqui. Não há nada de impessoal. Tudo é real, tudo é humano, tudo é, de alguma forma, familiar. Porque quem nunca se perdeu em um olhar, quem nunca se embriagou com o cheiro de alguém, quem nunca sentiu o desejo invadir os poros e tomar conta de cada pensamento?

As palavras, quando bem escolhidas, têm a capacidade de revelar, de despertar. E é esse despertar que busco. A ideia de que, ao ler o que escrevo, você talvez se permita ver seu próprio desejo de forma mais clara. Talvez você se permita se perguntar: "O que eu realmente quero? O que eu desejo, mas nunca disse?" E talvez, no fim, você se sinta mais à vontade com aquilo que está escondido nas sombras de sua mente, com tudo aquilo que não se atreve a ser exposto no mundo real.

Portanto, não espere aqui por normas, por regras. Espero que você não busque por algo certinho. Não há espaço para moralismo ou censura, mas, sim, para liberdade. Porque a verdade é que, no fundo, todos carregamos desejos inconfessáveis, pensamentos que são apenas nossos. E eu estou aqui para dividir os meus com você.

Se você se sentir desconfortável, talvez seja sinal de que estamos no caminho certo.

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